quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Resenha de Sock! Pow! Crash! por Silvio Ribas

Desde que criei esse blog, quero postar aqui comentários sobre o livro Sock! Pow! Crash! do Jorge Ventura mas como ainda não li (tá na pilha de livros e revistas não lidas) vou pegar emprestado na integra a critica que o Sílvio Ribas do blog Dicionário do Morcego fez.

Resenha de Sock! Pow! Crash!

Estava devendo mais destaque para este livro nas minhas referências bibliográficas do blog. Dentro da meta de colocar meus bat-arquivos na web, reproduzo neste post a crítica que fiz para o Estado de Minas na época do lançamento da obra de Jorge Ventura que conta tudo sobre a antológica série Batman. Entre outras coisas, o fenômeno televisivo eternizou Adam West como Homem-Morcego. Isso é bem claro para fãs em todo o mundo, sobretudo os meus amigos argentinos do Batmania (www.batmania.com.ar).

Santa homenagem, Batman!Fã carioca lança Sock! Pow! Crash!, mais completo guia sobre o seriado cômico da TV, para comemorar 40 anos de sucesso.

Por Sílvio Ribas

Muito antes dos mega-lançamentos da franquia cinematográfica e do variado merchandising, a batmania nasceu de um inovador programa de TV, que se tornou um clássico, reverenciado por nostálgicos de todo o mundo. O homem-morcego colorido e barrigudo da série cômica Batman completou em maio uma trajetória de 40 anos, dentro e fora da televisão, e ainda vem ganhando homenagens. No Brasil, os fãs de ontem e hoje acabaram de ser brindados com o mais completo e luxuoso guia sobre as aventuras da dupla dinâmica estrelada por Adam West (Batman) e Burt Ward (Robin). Sock! Pow! Crash! (Opera Graphica, 320 páginas, R$ 74), do publicitário carioca Jorge Ventura, é mais do que uma referência importante. É um presente para os batmaníacos e os amantes da cultura pop em geral.

Primeira obra em português dedicada exclusivamente ao “Batman de 66” – como também é chamado pelos admiradores da produção de William Dozier – o livro de Ventura faz uma viagem aos anos psicodélicos e rebeldes para mostrar bastidores, curiosidades e as fichas técnicas com comentários de todo os 120 episódios de um dos mais famosos e ousados TV shows da história. Em tamanho de coffee book (21 x 28 cm) e capa dura, o livro também tem relatos sobre as fases de preparação e desmontagem da série satírica do super-herói da DC Comics, além de tratar da escolha do elenco e de uma rica simbologia que virou mania nos Estados Unidos, alastrou-se pelo planeta e tornou-se motivo de devoção e até peças de museus. Nada escapou ao olhar aficionado de Ventura, que também é poeta, ator e jornalista. Nem mesmo a polêmica sobre a sexualidade dos defensores da Justiça de Gotham City.

Sock! Pow! Crash!, como o próprio nome sugere, mergulha na criatividade do Batman contemporâneo da Beatlemania e de Bondmania (os outros dois Bs dos sixties), trazendo biografias de heróis e vilões (alguns atores célebres como Vincent Price e Burguess Meredith) e dezenas de notas sobre seu contexto histórico no Brasil e nos EUA. Do farto material sobre os tempos da chegada da minissaia e aspectos recentes da série, o autor conseguiu reunir em seu arquivo pessoal quase tudo relacionado ao tema. O fato de ter trabalhado como dublador, o colocou também em contato com o mundo das vozes que fizeram o seriado no Brasil. Há depoimentos exclusivos de Rodney Gomes, que dublou Robin, e do mineiro Márcio Seixas, dono do vozeirão do Batman dos desenhos animados mais novos.

Juntamente com o também batmaníaco Márcio Escoteiro, Jorge Ventura criou no Rio a Ordem Filosófica do Homem-Morcego (OFHM) que no inico dos anos 90 realizou eventos e editou o melhor fanzine da batmania brasileira, o Tribuna do Morcego, disputado até hoje por colecionadores. O expert e Soc! Pow! Crash! relaciona o trabalho de fãs brasileiros e estrangeiros, como o argentino Walter Armada (www.batmania.com.ar) e as influências de Batman na música, no cinema e até nas telenovelas do país. Ele convida ainda o leitor a rir de si próprio e do seriado, ao relembrar cada cena memorável assistida no mesmo bat-horário e mesmo bat-canal.

Adam West nunca trabalhou tanto em sua carreira quanto nos últimos anos, fazendo quase sempre o papel dele mesmo. O meta-ator, como cassifica Ventura, não pára de dublar personagens de desenhos do Cartoon Network e de fazer participações especiais em programas televisivos, na maioria das vezes representando... Adam West. Para muitos fãs, ele é o próprio Batman. Até o filme Batman (1989), de Tim Burton, ele pareceria sofrer com o estigma de ser o eterno cavaleiro mascarado da TV. Mas depois aproveitou do fato de fazer parte da história da televisão e de ter enriquecido o universo do maior ícone cultural surgido na revistas em quadrinhos, na primeira metade de 1939 sob o pincel de Bob Kane.

Com o batmóvel na garagem de sonhos de muitos garotos e a mulher-gato de Julie Newmar nas fantasias de adolescentes e marmanjos ou ainda embalados pela música-tema e pelas onomatopéias explodindo na tela, o antológico morcego da telinha é também objeto de estudos sérios. Com tudo isso nas páginas de Sock! Pow! Crash!, Robin diria algo como: Santo livro indispensável para a bat-bibliografia, Batman!

BAT-CURIOSIDADES: Robin exclamou 347 interjeições do tipo “bat-isso, bat-aquilo” em toda a série, incluindo o longa-metragem. A tradução brasileira fez muitas adaptações divertidas, como “santo fumacê!”, “santas algemas perníferas!”, “santa xaropada” e “santos parentes desaparecidos”.Batman tirou nada menos de 26 bat-tralhas de seu Cinto de Utilidades durante a série e o longa-metragem, entre elas o bat-escudo e o bat-mata-moscas, além de um prosaico bat-espanador de pó.Na série, Coringa foi encarnado pelo veterano latin lover Cesar Romero, que aceitou a maquiagem mas se recusou a raspar o bigode que ostentou por décadas em Hollywood, alegando ser sua marca registrada.Um dos momentos mais aguardados nos episódios de Batman era quando a dupla dinâmica escalava um prédio e uma janela se abria, e ali surgia uma celebridade que fazia um diálogo rápido com os heróis. O comediante Jerry Lewis inaugurou a galeria dos ‘famosos da janela’.

Fonte Dicionário do Morcego

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